sexta-feira, 24 de abril de 2015

Nem Submissas, Nem Caladas



       Com esse tema um tanto "subversivo" aconteceu o XIV Acampamento das Mulheres, éramos em torno de setenta mulheres, diferentes gerações que com suas histórias de vida puderam ali naquele espaço de fala e escuta exorcizar seus medos, conceitos e valores. É sempre um grande desafio romper com os equívocos da interpretação bíblica que sempre geraram preconceitos e desigualdades. O acampamento se torna esse espaço seguro onde podemos reencontrar luz e cor numa imagem opaca e opressa que sempre rondou a nossa história.



        Armamos a tenda e esperamos por cada uma, e elas vão chegando como que chegam para viver o desconhecido, é difícil saber exatamente o que vai acontecer, a gente até planeja mas preferimos deixar fluir. É nesse momento que a Ruah de Deus nos oferece caminhos e possibilidades, e vamos ouvindo... Aprendendo.
E a palavra chega retirando o véu e iluminando o caminho, o rito entre elas rompe as barreiras do fundamentalismo, se reconhecem como mulheres.
Desta vez fomos atrás do outro lado da história, fomos ao encontro de outras companheiras ouvir suas histórias. Elas foram as companheiras de caminhada do apóstolo Paulo, todas estiveram ao seu lado liderando comunidades, foram reconhecidas por ele, empoderadas. Eram apóstolas, mestres, missionárias. Poucas nomeadas na Bíblia, algumas nem citadas, a exemplo de Tecla. 



   Nosso retorno é barulhento, gargalhadas, choros e uma vontade imensa de redefinir a vida, muitas vezes a visão que antes era turva agora consegue enxergar tudo. O resultado disso se materializou no batuque frenético, reivindicando passagem e fala.



Empoderamento é um processo demorado e doloroso, vem aos poucos causando confusão, nos tirando da zona de conforto cobrando respostas e não precisa ser logo, vai acontecendo.